Décima edição do Festival 'Tarumã Alive' reúne ações, mobilizações e música em defesa do rio Tarumã-Açu
18/08/2025
(Foto: Reprodução) Festival Tarumã Alive, em Manaus.
Divulgação
A bacia do Tarumã-Açu, na zona oeste de Manaus, abriga alguns dos balneários mais conhecidos da cidade, além de restaurantes e flutuantes que movimentam a economia local. É também rota e sustento para comunidades ribeirinhas. Nos últimos anos, porém, o avanço da poluição ameaça a qualidade da água e a sobrevivência desse patrimônio natural.
É nesse contexto que o Festival Tarumã Alive chega à sua 10ª edição, no dia 23 de agosto , das 16h às 23h30 , na Praia da Lua , com entrada gratuita. Mais que um encontro cultural, o evento deste ano traz voz e ação para um rio que pede socorro.
Sob o lema “Nós somos a última geração que pode salvar o Rio Tarumã”, o festival se consolida como movimento que expõe a degradação da bacia e atua na busca por soluções. Seu objetivo vai além do entretenimento: envolver comunidades, trabalhadores, empresários, agentes públicos e moradores na construção de respostas reais e busca por transformações concretas.
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Dados recentes do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), mostram que, embora o Índice de Qualidade da Água esteja em torno de 74% — considerado de qualidade moderada — há trechos que já indicam sinais de alerta para que medidas de prevenção sejam tomadas.
A edição de 2025 ganha força com parceiros estratégicos no eixo ESG, como Bemol, Awty (startup de gestão de resíduos), ACN – Achieve Carbon Neutrality (empresa de descarbonização) e Rede Amazônica.
Além dos shows e ações previstas para o dia do evento, a mobilização já está em andamento: duas remadas ambientais foram realizadas nos dias 12 e 26 de julho, e no dia do festival, a partir das 8h, na Marina do Davi, será realizada a 109ª edição da Remada Ambiental.
Também aconteceram duas rodas de conversa, denominadas Escutas Ativas , com os comunitários do Parque das Tribos (28) e da Marina do Davi (29).
Nessas reuniões, foram identificados os principais desafios sociais, econômicos e ambientais, definidas prioridades e promovida a troca de conhecimentos sobre o rio Tarumã-Açu e o futuro que os moradores desejam para ele. Nos próximos dias, a Oficina de Capacitação de Ativismo irá preparar agentes comunitários para ações de sensibilização e fiscalização local, com o objetivo de proteger o patrimônio natural das comunidades que vivem próximas ao rio ou dele dependem para sobreviver.
Segundo o coordenador ambiental do festival, Jadson Maciel, essas iniciativas vão muito além de mobilizações pontuais, são esforços contínuos para dar visibilidade ao problema e preparar a população para defendê-lo.
“Cada uma dessas ações trazem luz e fortalecem a missão de conservação da bacia do Tarumã-Açu. Como? capacitando moradores, trabalhadores e a população em si para que se tornem guardiões do próprio rio e atuem na reversão desse cenário. O Festival e a Remada Ambiental têm justamente esse papel de mostrar a dimensão real do que vem acontecendo nessa região. Visto de fora, pode parecer distante, mas aqui dentro sabemos que essa bacia ainda está viva e já emite sinais claros de alerta”, informou.
Para a cantora e idealizadora do festival Márcia Novo, esta edição é repleta de simbolismo e responsabilidade. Ela destaca que o Tarumã Alive amadureceu ao longo dos anos e agora atua como um verdadeiro catalisador de mudanças.
“Essa edição é muito especial — são dez anos de festival, de luta por um rio que é patrimônio de todos nós. Não é só uma data comemorativa, é um momento de olhar para trás, avaliar o que melhorou, o que piorou e entender que o crescimento desordenado da cidade continua pressionando nossas águas”, afirmou.
Ela reforça a urgência da mobilização coletiva para proteger o rio, destacando que o compromisso deve ser contínuo.
"Já perdemos importantes bacias urbanas, como Educandos-Quarenta e São Raimundo. O Tarumã-Açu é o nosso balneário e precisa de cuidado urgente. Por isso, nosso trabalho este ano é ampliar forças, manter ações ao longo do ano e promover um desenvolvimento sustentável que envolva todos os atores responsáveis pela preservação do rio. Nosso lema, ‘Nós somos a última geração que pode salvar o rio Tarumã’, é praticamente um chamamento público para ação e união”, disse.
Os shows
Ao cair da tarde, a partir das 16h, o evento abre espaço para a música. Entre os artistas confirmados estão Johnny Jack Mesclado, Letixa, Ases do Pagode, James Rios, Antônio Bahia, Leonardo Castelo, Júlio Persil, Água Cristalina — a pedido das comunidades —, Ariana Paes e Márcia Novo, que promete um espetáculo vibrante com a essência amazonense, levando ao palco os bois Garantido e Caprichoso. Intervenções artísticas inspiradas na floresta prometem aproximar ainda mais o público do tema central: a conservação.
O festival convida o público não apenas para assistir, mas para participar ativamente. Quem quiser se voluntariar para a 109ª edição da Remada Ambiental em defesa do Tarumã-Açu, que acontece no mesmo dia do festival, a partir das 8h, na Marina do Davi, pode se inscrever antecipadamente pelo Instagram oficial @projetoremadaambiental_.
Realizado pela Acauã Produções & Turismo, o acesso ao evento é feito exclusivamente por transporte fluvial, com travessia paga a partir da Marina do Davi, garantindo renda a esses trabalhadores do Tarumã.