Megaoperação permite transporte de carga gigantesca e causa bloqueios na principal rodovia entre Rio e São Paulo
08/08/2025
(Foto: Reprodução) Carreta gigante mobiliza equipes na Rodovia Presidente Dutra, em São Paulo
Uma megaoperação permitiu o transporte da maior carga que já transitou pela Rodovia Presidente Dultra, em São Paulo.
Oitocentas toneladas não passariam por uma das principais rotas sem chamar a atenção.
Megaoperação permite transporte de carga gigantesca e causa bloqueios na principal rodovia entre Rio e São Paulo
Jornal Nacional
"Vim ver ela pessoalmente para ver a passagem dela aqui pelo centro de Jacareí. Muito grande a carga, enorme", diz o autônomo Luciano Messias.
A encomenda é um transformador gigantesco que saiu de Guarulhos e vai percorrer quase 450 quilômetros de estrada até o porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro. De lá, ele embarca para o destino final: a Arábia Saudita.
O trajeto é feito em etapas, e as pistas ficam inteiramente ocupadas. Quem vem atrás não consegue escapar do congestionamento, que hoje chegou a 11 quilômetros no trecho do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.
"A gente não pode ter interferências nesse transporte. Então a gente retira todos os veículos, ou seja, mantém eles atrás do conjunto", explica Ricardo Baglioli Neto, da Polícia Rodoviária Federal.
Os estudos e reuniões começaram há seis meses.
"Um planejamento com a empresa fabricante, com o transportador, com a Polícia Rodoviária Federal, para que seja desenhada a melhor operação", afirma Ademir Pereira, coordenador de operações da concessionária.
Esse transformador pesa 345 toneladas e é a carga mais pesada já transportada na Via Dutra, segundo a concessionária que administra a rodovia. Ao todo, o conjunto de carreta e carga tem 136 metros de comprimento, o equivalente a um prédio de 45 andares. O peso total chega a 845 toneladas, algo semelhante ao peso de 770 carros populares. São 6 metros de largura transitando pela principal rodovia que liga o Rio a São Paulo.
Não é uma operação simples.
"Matemática pura e não só isso. Para você não ter nenhum impasse, para não enroscar em nenhum lugar, viaduto, você não ter colisão", diz Fabricio Verpa, gerente de operações da transportadora.
São cerca de 50 funcionários que acabam acompanhando o comboio. São quase 400 pneus, e o curioso é que quando um deles dá um problema, tudo tem que parar para poder evitar que os problemas aumentem. Foi isso que aconteceu durante a gravação da reportagem.
Em 10 minutos, o comboio seguiu e finalizou o trecho previsto para esta sexta. A expectativa é que a viagem recomece na segunda-feira.
Toda a logística custa cerca de R$ 2 milhões. Só de pedágio na Dutra, são R$ 3 mil. E se o tamanho e os gastos são grandiosos, a velocidade vem num ritmo completamente diferente. O comboio não passa de 20 km/h, e a direção de um dos caminhões está nas mãos de Brás Firmino Ribeiro.
"O segredo é a paciência, depois vem a responsabilidade. Mas como a gente já tem uma certa experiência, a gente vai, tem o rádio que ajuda e a gente vai", diz o motorista de carga especial. "Graças a Deus está vindo ótimo".